Por: Ceprol

RAONA DENISE POHREN
Diretora Municipal de Educação Básica da SMED
Na tarde de terça-feira, 18 de fevereiro, o Ceprol Sindicato recebeu a visita da pedagoga Raona Denise Pohren, 44 anos. Raona tem 25 anos de trabalho no magistério. Natural de Novo Hamburgo, começou a carreira na rede particular de Esteio e, desde 2011, é concursada da rede municipal de São Leopoldo. É professora de Educação Infantil e foi da equipe diretiva da EMEF Artur Ostermann, de 2012 a 2014, como supervisora escolar de Educação Infantil e anos iniciais, na Feitoria Seller. Foi uma das fundadoras da EMEI Carlos Moraes, na Feitoria Seller, em 2016, onde permaneceu até 2022 como diretora. No segundo semestre de 2022, foi interventora da Smed na Escola Brinco de Princesa – onde foi a diretora interina por oito meses e depois foi eleita diretora efetiva, onde permaneceu até 31 de dezembro de 2024. A partir de 1º de janeiro de 2025, assumiu o cargo de Diretora Municipal da Educação Básica, na Secretaria Municipal de Educação de São Leopoldo. Raona tem o curso de magistério do Ensino Médio, no Instituto Estadual de Educação Pedro Schneider (Pedrinho), em São Leopoldo; é mestra em Educação; tem 12 especializações e está concluindo a 13ª.
CEPROL – Professora Raona, você estudou Gestão Pública e agora tem a oportunidade de estar “no front”, à frente da gestão de um setor da Smed. Que linha política e de gestão você tem implantado ou vai implantar à frente de sua diretoria e quais são os desafios que você já identificou?
RAONA – Quando me perguntam qual a minha proposta de trabalho, eu reafirmo que chego com uma proposta “não-fechada”. Por exemplo, agora a partir do último dia 3 de fevereiro, fizemos a escuta de todas as escolas, ou seja, vamos alinhar nossa política a partir dos desejos de todas as escolas. Então, as e os colegas nos trouxeram o que consideram os seus maiores desafios ou problemas, as questões mais importantes e coisas que eles acham que podem mudar para melhor a Educação nas comunidades escolares.
CEPROL – Esse trabalho envolveu toda a rede municipal?
RAONA – A escuta foi das 13 EMEIs e das 37 EMEFs e das 47 conveniadas – foi um desafio gigantesco. Nessa escuta, que era de hora em hora e minigrupos, a gente tabulou as demandas. Então, foi um universo grande e só concluímos as escutas na sexta-feira, 14 de fevereiro. Tabulamos todo esse material de trabalho e entregamos, no dia 17 de fevereiro, para todas as diretorias da Secretaria Municipal de Educação de São Leopoldo, com cópia para o secretário e para a secretária-adjunta. Dividimos, na tabulação, as questões de RH, questões financeiras, questões pedagógicas etc.
CEPROL – Essa então é a base “não-fechada” do trabalho que você está dando início?
RAONA – Exatamente. O nosso trabalho vai se dar a partir dessas escutas. Porque eu não acredito que a gente tenha sucesso chegando com projetos fechados em gabinetes, impostos. Tivemos uma recepção maravilhosa quando fomos visitar as escolas da rede para conversar conosco e ouvimos muitos relatos como “nós queríamos falar, mas não sabíamos como falar”. O que nos propusemos foi “podem falar, podem chorar, podem se abrir”. Foi um processo de acolhimento e escuta.
CEPROL – A partir de agora, qual o método que você pretende usar para lidar com todo esse material colhido nas escutas com a categoria docente de São Leopoldo?
RAONA – Veja bem, perguntamos quais os maiores desafios de cada escola; o que não estava dando certo; o que poderia melhorar e de que forma; e agora nossa ideia é criar grupos de trabalho dentro das escolas, levando em conta suas especificidades. Por exemplo, as escolas de tempo integral precisam conversar; escolas desde a Educação Inicial à EJA precisam fazer grupos para conversar. Não vamos dividir por regiões da cidade, mas em grupos que tenham especificidades parecidas. Nestes grupos, vamos disponibilizar assessoria in loco. Hoje nossas assessoras já começaram esse trabalho.
CEPROL – Como é composta a sua equipe para dar conta desse trabalho?
RAONA – Hoje sou eu a diretora e tenho cinco coordenadoras. A coordenadora de Gabinete e Gestão Democrática; a coordenadora de Educação Infantil; a coordenadora de Anos Iniciais; a coordenadora de Educação de Jovens e Adultos (EJA); e a coordenadora de Programas Educacionais. Todas são professoras concursadas oriundas de rede municipal de ensino de São Leopoldo. É um grande, digamos, “guarda-chuva”. Hoje temos uma composição total de 25 profissionais divididas nessas coordenadorias para dar conta de trabalharmos com todas essas informações colhidas nas escutas. Aliás, algo que já implementamos, a partir das escutas, foi trazer as escolas conveniadas para o DGEP, para a Educação Básica.
CEPROL – Dentro disso tudo, como você acredita que vai construir a relação como Ceprol Sindicato e com o CME?
RAONA – A minha relação como professora da rede sempre foi maravilhosa com o Ceprol e com o Conselho Municipal de Educação. Nossa intenção é continuar assim. Hoje mesmo, trago o abraço do secretário de Educação Falcão e da secretária-adjunta Cris Roos para a presidente do Ceprol, Cris Mainardi, reafirmando que estaremos sempre à disposição e teremos agendas logo em breve para começar alinhar o trabalho. Outra questão bem importante é uma questão de campanha salarial e tem a ver com as Reuniões Administrativas Pedagógicas (RAPs), que são mensais e duram 4 horas ou são divididas em duas horas on-line e outras duas presenciais. Uma proposta que eu levei desde dezembro, durante a transição de governo, e foi acolhida, foi transformar essas reuniões em até 50% on-line. Já está instituída esta decisão porque acreditamos nas equipes e na autonomia para organizar a parte pedagógica. Por exemplo, se eu quero fazer uma parceria com outra escola, não vai se precisar “ir até a outra escola”, agora poderemos nos reunir de maneira virtual. Quero trazer um autor de outro município, de outro estado? Há, agora, essa autonomia. Hoje, quando faço essa visita ao Ceprol, neste 18 de fevereiro de 2025, é o Dia D de Formação em São Leopoldo. Toda a categoria parou para estudar a BNC Computação – que é uma nova política que vem do governo federal. E já, também, buscando estratégias educacionais para o não-uso dos celulares dentro da escola. Organizamos todo o material e hoje foi um dia fundamental em que as comunidades escolares pararam para discutir esses assuntos e se organizar. O que a gente espera é muita parceria com a categoria e com o Ceprol – a gente quer trabalhar juntos; bem como com o CME, que é um órgão fiscalizador cuja parceria também é muito importante. Aliás, eu também faço parte da mesa diretora do CME, como primeira-secretária e vou seguir nessa função.
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Mestre em Educação pela UERGS/Litoral Norte, na Linha de Currículo e Formação de Professores. Graduada em Pedagogia (Ulbra) e especialista em Tecnologias em Educação(PUC); Gestão Escolar (Unisinos); Atendimento Educacional Especializado (Unesp); Psicopedagogia (Barão do Mauá); Educação Ambiental (São Luís); Lúdico e Psicomotricidade na Educação Infantil (São Luís); Gestão Pública (São Luís); Formação em Educação a Distância (UNIP); Educação Infantil Abordagem em Reggio Emilia e em Docência do Ensino Superior (UNINA); e A Ludicidade e a Pedagogia do Brincar (Faculdade Metropolitana).
Atuação na educação desde 2000, como professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental, coordenadora pedagógica (escola de EI ao EJA), em Sala de Recursos (AEE) e como diretora de Escola Municipal de Educação Infantil. Também como Coordenadora e Assessora Pedagógica de Educação Infantil e Ambiental; Coordenadora de CRAS (Centro de Referência em Assistência Social); do Programa Brasil Alfabetizado e, também Conselheira Municipal de Educação.
No Ensino Superior, tem ampla experiência (desde 2011) como professora/tutora presencial e na modalidade à distância (tutora EAD) na Graduação em Pedagogia (UNIP, UFRGS e UFSM). Atuou, também, como docente convidada dos cursos de especializações em educação da FAMEPLAN (Psicopedagogia Ludopedagogia e Psicomotricidade) e como oficineira/palestrante de cursos de extensão de formação de professores pela Centro de Educação Superior Capacitar.
Pesquisadora e interessada sobre o tema das infâncias e educação infantil, teve e tem participação em espaços de discussões potentes, como OMEP/NH (Organização Mundial Para a Educação Pré-Escolar), FORPEI NH_SL (Fórum Permanente de Educação Infantil), RMPI_SL (Rede Municipal da Primeira Infância), FME_SL (Fórum Municipal de Educação) e FGEI (Fórum Gaúcho de Educação Infantil), Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Integral e currículo: dispositivos e configurações dos tempos e espaços escolares, além do GPEIC-UERGS e Grupo de Pesquisa em Docências na Educação Básica IFRS.
Criado em: 24/02/2025 13:26