Por: CEPROL

O CEPROL tem recebido inúmeros casos de violências que atingem a categoria de professores/as municipais leopoldenses, geralmente cometidos por familiares e estudantes que demonstram hostilidade através de ofensas, ameaças, intimidações, humilhações, agressões verbal, moral, psicológica e até física.

Os motivos são diversos, geralmente pelo baixo desempenho de estudantes, sendo atribuída a culpa somente aos/as professores/as. Porém, a aprendizagem exige uma série de fatores, destacando-se a disciplina, a atenção, o compromisso e o respeito.

Estão criminalizando os/as docentes, tratando problemas que poderiam ser resolvidos nas escolas como crime, caso de polícia, fazendo Boletins de Ocorrência para destruir a carreira do/a profissional em educação, quando bastaria buscar soluções através do diálogo.

Há casos em que famílias, quando contrariadas, se reúnem em grupos de whatsapp para difamar determinados/as profissionais que julgam não atender às suas exigências e expectativas, incentivando outros familiares a caluniar a escola e os/as professores/as. Também tem situações em que familiares incentivam o/a estudante a usar o celular na escola, contrariando a Lei Federal que proíbe, inclusive orientando gravações clandestinas para usar falas descontextualizadas de profissionais.

Não somos inimigos/as, somos apenas trabalhadores/as, uma categoria formada em sua maioria por mulheres, profissionais da educação, aprovados/as para o cargo através de concurso, com ficha limpa comprovada sistematicamente para atuar com crianças, habilitada ao exercício da função com curso superior, especialistas com mestrado e doutorado, sabedoras dos deveres e cumpridoras das leis, pessoas que dedicam sua vida à educação das crianças e jovens do nosso município. Porém, a categoria de professores/as está sofrendo e adoecendo, ficando cada vez mais sobrecarregadas, cansadas, tristes e com medo devido ao desrespeito, a desvalorização e as violências.

Os/as professores/as vivenciam a precarização da educação, baixos salários, salas de aula lotadas, falta de investimentos e a estrutura que já não é mais suficiente para atender a população. Há muitos anos não se constrói nenhuma escola nova em São Leopoldo! Os governos, as famílias e a sociedade colocam sobre os ombros da docência toda a responsabilidade pela educação.

As políticas públicas da educação não são suficientes, não tem como garantir inclusão de verdade sem investimentos e, tampouco, a aprendizagem. A culpa não é dos/as professores/as, mas de um sistema que trata a educação como índices, como se todos/as fossem iguais em seus tempos de aprendizagem, habilidades e competências. A educação se faz com o exercício do pensamento, é uma ação coletiva, sendo que o Estado e a família são corresponsáveis pela garantia desse direito. É urgente a união em defesa da educação pública!

A escola é o poder público mais próximo da população e os problemas sociais acabam refletindo nela, pois é um espaço coletivo de socialização e conhecimento. Queremos garantir a educação como um direito e a inclusão com qualidade, mas isso exige que se defenda esse bem público, um bem comum.

A cultura da paz se faz buscando juntos/as a solução dos conflitos, pois a escola é um local de diálogo e de democracia. Defender a educação pública é lutar por mais investimentos, por recursos públicos, contra a privatização das escolas, por concurso público, por mais recursos humanos, pela bidocência para a inclusão, pela redução do número de estudantes por turma, pela construção de novas escolas, por condições dignas de trabalho e pelo respeito e valorização profissional.

O “apagão” de professores/as é uma realidade, jovens já não querem mais este ofício e os/as profissionais estão abandonando a carreira. O que será do futuro das novas gerações sem profissionais da educação e sem a escola pública que garante a educação para aquela imensa maioria da população que não pode pagar por uma escola privada?

O sindicato alerta! Vamos defender a nossa categoria e a educação pública! Desacatar servidores/as públicos/as no exercício da função é crime! Previsto no código penal, Art 331, passível de pena de detenção de até 2 anos.

A liberdade de cátedra está garantida em Lei Municipal. A Lei Federal 15.100/2025 proíbe o uso de aparelhos eletrônicos portáteis pessoais (celulares) em escolas públicas e privadas de todo o país.

O Ceprol coloca toda sua estrutura e aparato jurídico no combate às violências nas escolas. É preciso reconhecer essas práticas como violências à educação! Quando um/a professor/a é agredido/a toda a escola é ferida, a sociedade sofre, o respeito e o futuro se apagam. Conclamamos a solidariedade da população leopoldense em defesa da educação pública!

Criado em: 18/07/2025 11:27


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